terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

quatro e trinta e oito.

Eu escrevo agora, em linhas de dedos volúveis. Escrevo insólita, quase crespa, ciumenta dos meus próprios anseios, já que de ímpeto não me servem mais...
Provenho agora com circunstâncias frívolas, das quais não me dignifico nem me separo, por que são de viés, de revés, de pena.
De mim toda quase toma ósculo latente, abraço semi-dado, carinho nada oculto e por isso fica, já que parte o meu pranto em meio, lábio doutro, choro ambos, tão serventes e tão prontos aos meus dedos de torpor.
Quando passa, finjo que nada e de nada gratifico, já que o sal das minhas lágrimas ainda me saciam. E é nesse momento que vejo o reflexo brusco da menina marcada de azul que ainda lastima a falta de um antes sol que virou nuvem escura, quase chuva-tempestade.
Sabe? É que cansa o quase-amor.
Cansa, quando as palavras massantes compensam as ternuras ocultas e ingênuas, que de tão inocentes deslizam sonoras e se dissipam nos meus gritos surdos.
E a tua ganância pruriginosa ainda me cala, me incomoda, mas retém, por isso fujo entre cobertores e líquidos vorazes, que me submergem de rancor e sono.
E adormeço.

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