sexta-feira, 19 de setembro de 2008

joana rosa

De início, quando olhei-a fixamente no rosto, não vi seu rosto armado em indiferença, nem apenas seu sorriso vermelho de deboche.
Vi beleza num semblante de vinte e poucos anos, contrastando com o inchaço armado nos cantos mais frágeis de seus traços finos.
Teriam-na castigado por ser mulher e ser tão crua?
O desequilíbrio cresce no pranto da indiferença e a necessidade da agressão vem da impotência do toque.
Ele, fora do eixo, a chamara de covarde, confundido sua indiferença com imparcialidade. E ela, invariavelmente, não se impediu de sorrir(Ela, que por ironia, não chora).
Há muito, lastimou desamores, no tempo em que doava-se demais no medo da perda e dos nãos incertos que teimosa, resistia.
As lágrimas foram o primeiro direito que o homem tirou dela.
Logo depois vai o seu dinheiro, daqui a pouco depois levam seu amor. Levam seu tempo e seus encantos(Joana passa...)
Na rua, castiga-se apática, despreocupada em esconder hematomas fundos com óculos de sol.
Com o seu olhar, congelaria os mais feridos orgulhos, no mesmo instante em que repuldiava cínica a compaixão de tantos falsos moralistas.

Ela não chora, mas também não ri.