terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

cinzeiro.

Afasta de mim tuas mãos tão rijas de dedos tesos que já não fremem mais, indecisos, inertes,
saudosos dos tempos de confins.
Deixei lá tua boca, que ainda tomava os poros do meu ser, que tímidos recolhiam-se ansiosos se rendendo à ti. Era assim quando arquejantes, meus olhos fracos lutavam heróicos na tarefa árdua de não se fecharem (pois do ápice do amor as pálpebras pesadas procuravam ternura, por isso pousavam calmas e desobedientes no teu peito).
Pois agora cala-te, guarda tuas palavras de amor que já não passeiam mais por minha mente enfadada, nem me arcam risos inatos de bocejos solitários na cama de solteira.
Leva embora o teu capricho de ainda desejar.
Leva a ingênua ânsia de voar descalço no céu da minha alma, agora fria.
Teus passos brandos e sorrateiros calejaram, pisando forte nos pontos calculistas daquele meu relógio frívolo...
É que o teu amor morreu no tempo da minha paciência.

2 comentários:

Carol disse...

*-*
e que vocabulário!
rsrsrrs

Franklin disse...

Sensacional.