quinta-feira, 31 de julho de 2008

guria.

su
acalanto tal tierno
enfeita as cores que ela enxuga
cor de brilho, céu anil
meu afago
que é lenda
e que é linda
e que me lê
ela nem sabe, mas tem cheiro de mel.

domingo, 27 de julho de 2008

no barro,

eu escuto os teus soluços
ganidos
e assisto esse sismo
pequeno
eu não te protejo.
minhas mãos contornam o seu rosto
de longe
e eu não quero me molhar.
afasto os meus pés
saltito
e tu exalas a angústia da solidão
vazia
tu sujas meu sapato
preto
com gotas de lágrimas que não brilham.
cai, cai, cai.

sábado, 26 de julho de 2008

mata-borrão

dentro de mim existe
o fardo, a massa, o tóxico
que guarda descanso pras tuas mãos
(desde que estejam vazias.)
na fotografia te relembro os olhos
vidrados, inertes, brilhantes
enquanto te beijo o rosto
deslizando as cicatrizes
como um mapa
milimetricamente desenhado
aos meus dedos cálidos
aos meus poros ativos
na erupção do choro,
do riso, do êxtase
na firmeza crua
dessas mãos que não tem fim.